Crônica | A várzea

Quando chegamos, só havia mato. Literalmente. O trajeto para o campo era feito através de uma trilha que serpenteava entre os arbustos. Ao final dela, encontrávamos o famoso Campinho da Bananeira. Nunca descobrimos porque ele tinha recebido esse nome, afinal, não se avistava nenhuma bananeira por perto. É provável que ela já tivesse dado seus cachos e sido arrancada por algum desalmado.

O gramado era uma obra de arte. Como não havia dinheiro para um sistema de drenagem, a própria natureza se encarregou de resolver o problema com um declive de, pelo menos, 15 graus. Assim, a chuva logo escoava estrada abaixo, deixando a grama sequinha de novo. Grama esta que não nascia no habitat dos goleiros, como orienta os melhores manuais varzeanos. E, como simetria é coisa de quem sofre de TOC, as linhas de fundo não tinham, necessariamente, o mesmo comprimento. Continuar lendo “Crônica | A várzea”