Resenha | O Coração de Nanquim

Mais instigante romance da série do detetive particular Cormoran Strike até o momento, ler O Coração de Nanquim (Rocco, 2023, com tradução de Edmundo Barreiros) é como correr uma maratona de 1024 páginas e ser recompensado no final. Sem dúvida, uma história longa, mas que merece ser apreciada por todos os fãs do gênero policial. Continuar lendo “Resenha | O Coração de Nanquim”

Entrevista | Leonardo Santhos

Dublador, diretor de dublagem, escritor e podcaster. Estas são apenas algumas facetas do carioca Leonardo Santhos, integrante original do Conte Histórias, cujo mais recente trabalho foi a direção de dublagem da animação Mestres do Universo: Salvando Eternia, releitura do clássico He-Man e sucesso absoluto na Netflix.

Leo Santhos foto entrevista 300x300 - Entrevista | Leonardo Santhos

Conte Histórias: Léo, antes de tudo, parabéns pelo trabalho em Mestres do Universo: Salvando Eternia, uma animação que cativou aqueles que cresceram assistindo He-Man e também fisgou gerações mais jovens. Embora o espírito original esteja presente, trata-se de uma nova série, bastante atualizada. Qual foi o principal desafio da equipe Som De Vera Cruz Estúdios tendo as duas referências em mãos?

Continuar lendo “Entrevista | Leonardo Santhos”

Resenha | Sangue Revolto

Antes de tudo, é preciso tirar algo da frente: Sangue Revolto (Rocco, 2021) não tem relação com o posicionamento transfóbico de J.K. Rowling como muitos disseram. E essa postura lamentável da autora não está presente nas 960 páginas do quinto romance da série do detetive Cormoran Strike.

sangue revolto 3 - Resenha | Sangue Revolto

Outra boa notícia é que Sangue Revolto, novamente escrito sob o pseudônimo Robert Galbraith, é o melhor livro da série até aqui. Diferente do antecessor Branco Letal, cujos estereótipos dos personagens extravasaram suas margens, a história da vez é muito mais sensível e elaborada.

Continuar lendo “Resenha | Sangue Revolto”

Resenha | Jogador Número Dois

Escrito por Ernest Cline como continuação direta do primeiro livro, “Jogador Número Dois” (Intrínseca, 2021, com tradução de Giu Alonso e Flora Pinheiro) retoma o ponto em que o protagonista Wade Watts venceu o desafio proposto pelo falecido bilionário James Halliday e se tornou proprietário do mundo virtual conhecido como Oasis.

A pergunta bastante comum que os leitores de “Jogador Número Um” fazem é respondida de forma satisfatória ao longo de 416 páginas: há uma história a ser contada após o desfecho do primeiro romance. O problema é que, infelizmente, essa história não foi bem desenvolvida pelo autor.

Continuar lendo “Resenha | Jogador Número Dois”

Lista | Top 10 – Adaptações de livros em 2020

Chegou a hora de conhecer as principais adaptações literárias para o cinema no ano que se inicia. Do romance ao terror, opção é o que não vai faltar. Confira a nossa lista:

10º – O Chamado da Floresta

Típico filme de Sessão da Tarde, no melhor dos sentidos, O Chamado da Floresta é baseado no conto homônimo de Jack London. A história narra a saga do cachorro Buck, que é roubado de uma fazenda na Califórnia e vendido como puxador de trenó no Alasca. Com Harrison Ford e grande elenco, o longa tem estreia marcada para 14 de fevereiro. Continuar lendo “Lista | Top 10 – Adaptações de livros em 2020”

Resenha | Questões Fundamentais da Escrita Criativa

Considero poucos ofícios tão complexos quanto a escrita. E se essa escrita for criativa, então podemos incluir uma pitada de especificidade. No intuito de esclarecer as principais questões que afligem autoras e autores, Kátia Regina Souza nos presenteou com as Questões Fundamentais da Escrita Criativa (Editora Metamorfose, 2019), um livro fundamental para quem também está em busca de respostas.

Nas 176 páginas dessa obra, Kátia conversa com autores e artistas brasileiros buscando refletir sobre questões do tipo “como transformar uma ideia em história”, “o que é um texto de qualidade”, “como funciona o processo criativo”, “o que muda de acordo com o público-alvo” e “como evitar o bloqueio criativo”.

Continuar lendo “Resenha | Questões Fundamentais da Escrita Criativa”

Resenha | Branco Letal

Para quem está desembarcando agora nas aventuras protagonizadas pelos detetives Cormoran Strike e Robin Ellacott vale um alerta: não se trata de uma série policial padrão. O pano de fundo por trás dos casos investigados em cada edição é formado pelos encontros e desencontros da dupla em uma Londres contemporânea. Continuar lendo “Resenha | Branco Letal”

Artigo | Jornada Literária – Edição e revisão

Nesta série exclusiva do Conte Histórias, percorremos todos os caminhos que compõem a criação literária, da ideia à edição, passando pela criação de universos e personagens. Um espaço para quem deseja conhecer as técnicas de contar histórias ou descobrir a matéria-prima que compõe a ficção. Continuar lendo “Artigo | Jornada Literária – Edição e revisão”

Artigo | Jornada Literária – Descrição

O tema do nono e penúltimo capítulo desta jornada é descrição. Como o nome indica, a descrição na literatura se refere ao ato de transformar em palavras o local onde a história se passa, o clima, ou mesmo as características internas e externas dos personagens. Em Sobre a Escrita, Stephen King a define como a visualização do que o autor quer que o leitor experimente e termina com a tradução do que está na mente do autor em palavras.

Apesar de tamanha importância, o uso pleno da descrição é relativamente recente. Exceto por uma ou outra tempestade no mar, fenômenos climáticos receberam pouca atenção na ficção até o fim do século XVIII. No século XIX, embora já houvesse referência ao ambiente londrino em Oliver Twist, apenas no romantismo se ponderou os efeitos do ambiente e das paisagens naturais sobre o ser humano.

Continuar lendo “Artigo | Jornada Literária – Descrição”

Artigo | Jornada Literária – Diálogos

No oitavo capítulo da jornada literária, é chegada a hora de falarmos sobre o diálogo na literatura. Se escutarmos uma conversa qualquer, independente do tipo de interlocutor, logo perceberemos que aquilo não serve para ser colocado numa página. Conversas verdadeiras têm pausas, frases mal construídas, omissão ou repetição de palavras e muitas vezes nem concluem um raciocínio.

Em outras palavras, ainda que um diálogo seja parecido com uma conversa, seu conteúdo precisa ter mais consistência. Para Edith Wharton, vencedora do Pulitzer de Ficção em 1921, o emprego do diálogo deve ser reservado para os momentos culminantes, como a arrebentação da grande onda que é a narrativa.

Continuar lendo “Artigo | Jornada Literária – Diálogos”